Não, isso não importaria, porque quase nada mais importa, nem a porta que importa todas as outras portas aos nossos olhares, porque nunca terminam as portas que nos importam quebrar. Nem as portas que nos importam portar, todas elas entreabertas, de olhos fechados, eu não perco mais tempo tentando contar, as portas que eu tentei contar, não contam mais, nem os portões são feitos de aço, nem os porcos são feitos de carne e nem a carne se valoriza, então abre qualquer porta e vai, sem olhar pra trás em câmera lenta com um fundo desfocado e umas lágrimas pré derramadas, abre a porta e sai, porque a qualquer o momento o teto cai e o ponto final é finalmente usado, pra dizer que tudo se vai.
29 junho 2011
Gato preto.
A partir daqui, deixarei que cortem seus pulsos e sorriam de suas súbitas mortes, dolorosas e hilariantes, eu não exijo e nem desejo nada pra vocês com nomes desconhecidos, não chega a me importar a condição ou estado familiar, todos me fazem vomitar as dores em formas de palavras, todas tão formatáveis que poderiam passar cortando garganta afora, dores e cores que se escondem por trás da cortina não pedem mais ajuda, não pedem mais socorro, não estão mais a derradeira, comovem pela brutalidade das novas palavras e a realeza horrenda que impera, estão mais cruas e nuas, cheias de sangue, mas não se preocupe, elas não precisam de nada, nem de materiais higiênicos e nem de remédios, só de dor alheia doada.
Como conhercer tantos mundo em um só.
No nosso relacionamento a respeito desse mundo e a respeito de onde iremos quando "morremos", me pergunto se tal pergunta há cabimento, porque tal ciência crê que daqui a tempos estaremos todos em baixo da terra, e em um futuro distante outras pessoas ou ET's falem sobre a última civilização que viveu aqui, e dirão "Nossa, eles conseguiram chegar na lua e se acham por isso."
26 junho 2011
Troca de órgãos.
Era agilizada cada contusão, com pontadas agudas sem remediar esforços, era como perder a consciência em uma briga injusta e era exatamente isso, porém não haviam lutadores opostos de forma físicas, todos muito espertos, camuflados dentro da minha mente, criando uma grande barreira pra que eu não conseguisse me livrar, não conseguisse sair dos aposentos, eu conseguia locomover meu corpo para todos os lados, poderia ter todos os desejos e toda a liberdade de ir e vir, mas como sempre o costume anda a cair na história, lá estava ele mais uma vez, dizendo a mim e a milhões, que sempre há algo faltando, a falta de todas essas palavras sentimentais que compõem a dor da minha mente, afinal, coração já se aposentou. E se eu amarei daqui pra frente, será de mente, do fundo dela, assim talvez seja um amor mais brilhante, mais duradouro, ou fazendo melhor com a sensatez.
22 junho 2011
Cantar mais uma canção.
Na manhã que se punha no sol a queimar eu andava por um longo caminho, enquanto me queimava pele e pé, logo se chamaria tarde, mas até então, eu vinha caminhando como de costume, eu via pessoas agrupadas, eu via mulheres cheias de sacolas, até crianças brincando de lama e meninos gritando consecutivamente como em um coral: "Ovai!", que pra mim soava estranho, mas logo pensei ser uma gíria, uma dessas que eu me recordava la no fundo, que eu lembro de quando eu era criança.
18 junho 2011
Bem pra depois.
Ela costumava me perguntar pra quem era tudo isso, eu costuma lhe responder exatamente o que ela não esperava e quando ela me dizia "Isso não tem nada a ver comigo", eu me calava, ficava apenas ouvindo as suas reclamações, eu nunca disse, nunca falei uma palavra caso eu pudesse ofendê-la, mas hoje, ela se foi, eu estou aqui e a resposta me martela a cabeça, dizendo "Porque tu és a minha inspiração, pra tudo de bom que eu faça, para todas as histórias que eu construa e todas as palavras que eu diga." E eu costumo de me dizer que tu és tão burra quanto eu fui de te deixar ir embora, e então eu não falarei mais de mágica amorosa, não existe, a única coisa que existe, é tempo bom, tempo que acaba, tempo que passa, dia que se vai, e consequentemente, pessoas morrem por fora e por dentro.
17 junho 2011
Diretamente proporcional.
A tolerância nos levou ao caos,
A tolerância nos trouxe ao caos,
Juntamente com a ignorância.
A tolerância nos trouxe ao caos,
Juntamente com a ignorância.
Desalento.
Pensei eu em morar em um lugar transviado, pensei em viver em condições subumanas, pensei eu que via o que havia de pior, mas dei voltas e fui até o final da linha, onde os ônibus são como espectáculos, como artistas de circo que bambeiam sobre a corda, a corda feita de madeiras podres, e tudo aquilo parecia tão feio e tão destruidor, eu tinha pena dos olhares abatidos que ali se viam, das pessoas que pareciam terem perdido a alma, mas logo os ônibus sairiam daquele lugar e entrariam na parte da cidade que ninguém pede sinal, que ninguém usa ônibus, que ninguém sabe o que é realmente sofrer.
13 junho 2011
Rolos de imagem.
Acordei cedo, escovei meus dentes, abafei minha cabeça e fui conversar com as mulheres que viram o dia raiar e as pessoas partirem, algumas não voltam ao entardecer, ela fez de tudo, de tudo pra que o gato viesse ao seu encontro, mas o pequeno animal foi indefeso a atitude do homem, já a outra, que nos últimos momentos ajudou ao ponto máximo de sua bondade sofreu sozinha a dor da solidão, vi os sapatos na porta e as crianças que choravam e quando as letras subiram, eu só senti um aperto no fundo do peito, não no coração, não no músculo, mas na alma.
Invicto.
Tanto meu, peito teu e a grande satisfação em saber que eu não usarei nada disso, nada disso pra ir embora quando chegar a hora sem o motivo, que eu já não exijo saber, por saber que nem a ti foi dito, trago minhas dores no cigarro que eu sei que tu não gostas, meus pulmões são intactos, só me resta cuidar do principal.
Neocolonialismo.
Não mastigue alimentos líquidos como sucos com açúcar demais, caldos de cana ou bules de leite. Não as engula, não as rejeite, tente usar sua escova de dente, tente se referir ao sentimento, ao prazer de viver, não ao sexo e ao momentâneo prazer de existir.
11 junho 2011
Pobre coitado.
A notoriedade e o som, a clareira incendeia, expande os olhos, queima a dor, sofre como o albino do verão, atira balas na mente sem autoridade, atinge a flor da existência, se recusa a matar o que incomoda, atira assim, uma rajada de pensamentos acompanhados da solidão, o som não se ouve, apenas pensamentos voando sobre o ar, sem rumo, sem conclusão.
Uma antiga nota.
Procuro-me ao olhar no espelho o borrão do reflexo, busco acalmar-me estando em plena madrugada serena, fria e aterrorizante, e tento não sentir ao máximo a dor do mundo como um luta de quebra-braço, e cuidado eu tomo pra não conhecer mais dores mundanas, porque talvez eu corra riscos, e sofra assim no final, com um braço quebrado ao meio.
09 junho 2011
Pa(á)ra uma grande amizade.
Poucas foram as coisas que eu acreditei durarem pra sempre, talvez nem tenham acabado, mas pelo incrédulo de não ter tanta coragem como antes pra te dizer que estou me sentindo desconfortável nessa situação e precisando de ti, não quer dizer que não estejas aqui, não quer dizer que partistes, só quer dizer que tu não estais mais disposta a me ajudar e isso me faz crer que não existe o que um dia eu acreditei não ter fim.
Solidão se fez por ontem.
Ontem se passou percebível, as horas de hoje contadas em quarenta e poucos dedos, são poucas, nem se contam, não se pode dizer o quanto fui feliz, ou se serei mais ou menos, uma grande confusão, eu sei, mas, todo e qualquer momento serão incompreensíveis, se ao menos não sei que felicidade me espera, se não sei que ao abrir o jornal, em meio a tantas palavras haverá o seu rosto estampado em uma delas, mostrando o estúpido sentido do ontem, com as suas sandálias na minha porta, se hoje eu só vejo o pano "Welcome" sujo e vazio.
05 junho 2011
Sem dizer o que pode ser melhor.
Com habilidade suficiente pra sorrir anos sem parar, após todas as canções ouvidas naquele show, naquela noite de 04 de Junho de 2011, um menino sem memória irá se lembrar por tantas gerações uma única noite, ao lado de bons sentimentos, de boas palavras, de boas risadas, de tantas e tantas pessoas a cantarem juntas uma bela canção.
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